segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CHAMA VEREQUETE- PARTE 1

CHAMA VEREQUETE - PARTE 2

A AMAZÔNIA DE LUTO POR VEREQUETE


Calam-se os tambores terrenos de mestre Verequete, a Amazônia, o povo paraense lamenta a perda daquele que simbolizava verdadeiramente os tambores e a musicalidade cabocla de nossa terra. Muitos foram os votos de pesar, políticos, artistas paraenses, estudantes, professores, para esse que foi e será pra sempre o nosso maior artista popular. Bragantino do nordeste do Pará, Verequete teve sua história contada no curta, ganhador do kikito de melhor trilha sonora no festival de gramado, CHAMA VEREQUETE.
O Bloco da canalha não poderia deixar de registrar essa perda, anunciando não o cortejo carnavalesco, mais o cotejo fúnebre de verequete o mestre do carimbó que ganhou esta tarde as ruas de Belém ritimado pelas palmas e pelo curimbó.
O Pará segue a luta para transformar o carimbó em patrimônio imaterial, quem sabe em breve, seria uma justa homenagem ao mestre.

" O CARIMBÓ NÂO MORREU, QUEM CANTA O CARIMBÓ SOU EU"

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

domingo, 13 de setembro de 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Demora mais tempo

demora mais tempo pra ver a luz do sol à noite
demora mais tempo pra fechar os olhos ao dia
demora mais tempo pra ouvir o silêncio no espaço
demora mais tempo pra subir um morro, já em cima
demora mais tempo pra beber água com gasolina
demora mais tempo pra se molhar de baixo d'água
demora mais tempo pra se chegar ao nunca mais
demora mais tempo para comer o que não tem mais
demora mais tempo quando o tempo demora a passar
demora mais tempo para o tempo todo um dia acabar
demora mais tempo mas tudo que demora um dia acaba
demora mais tempo a cura quando a dor é de profunda mágoa
demora mais tempo e em demorando o tempo se esvai
demora mais tempo em esvair-se o que não existe mais
demora mais tempo quando a voz se propaga num alto falante
demora mais tempo - ainda mais - a memória de um elefante
demora mais tempo e ainda bem que tudo demora
demora mais tempo dai que o fim fica mais emocionante
demora mais tempo o último episódio da novela das oito
demora mais tempo mesmo que o fim contenha desgosto
demora mais tempo quando tudo demora mais tempo
demora mais tempo se o verso do poema- como este - for mais longo e cheia de palavras difíceis, como por exemplo: incostitucionalissimamente
demora mais tempo e chego a conclusão de que já nem sei quanto tempo demora
demora mais tempo, mas o tempo tem sempre mais tempo para esperar
demora mais tempo, mas, mesmo tudo que demora mais tempo,
demora mais tempo, mas tudo que demora tem um tempo de acabar

Leão da Costa 21/jul/2009

Mande notícias

mande notícias destino
mande um recado impossível
mande uma carta não dito
mande respostas não visto
mande presente não tido
movimente um pouco nada
faça alguma coisa nada
tenha coragem mentira
diga a verdade coragem
pinte o 7 cinza
tome um banho mar
fume um cigarro fumaça
fique mais um pouco despedida
diga adeus presença
aparta de mim pertença
pare com tudo movimento
faça novamente fim
seja feliz tristeza
olhe pra trás futuro
desapareça presença
aparta de mim pertença
não diga mais nada silencio
esvaí-te todo completude
parte-te ao meio metade
completa-te todo fragmento
vá ver se eu tô na esquina presença
aparta de mim presença
aparta de mim pertença

Leão da Costa

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A CANALHA, POR RAQUEL COSTA

"Talvez eu devesse falar da canalha, desse povo que enche os bares movidos a boêmia e alcool, desse grupo estranho e perfeitamente normal. Os canalhas em geral se entendem e seguem os mesmos ritmos. Alguns se definem como tal e ditam regras e criam conceitos e enquadram o que é ser canalha. O que são os canalhas, se mil traços os une e um milhão os separa? Seria uma filosofia barata? (mas há os práticos demais?) um certo projeto de vida? (todos fatalmente mudam de opinião) um mero grupo de colegas? (talvez). A canalha é por definição aquilo que se vive, se é, se quer ser. Mais que uma brincadeira da juventude, eleva acima da mediocridade atos banais e corriqueiros. À espera do manifesto canalhista, só posso dizer da canalha que quem não conhece não sente falta, mas quem passou por ela e sobreviveu vai sempre se lembrar das figuras hilárias que geralmente embriagadas deram às falas e ações naturais uma cor especial." Raquel Costa / 2000.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mulheres

MULHERES
Mulheres magras
Mulheres gordas
Mulheres sagradas
Mulheres gente boa.
Mulher de casa
Mulher da rua
Mulher quente como brasa
Mulher fria como a chuva.
Mulher pensativa
Mulher sem noção
Mulher competitiva
Mulher-campeão.
Mulher de olhar
Mulher de sentir
Mulher de apaixonar
Mulher de competir.
Mulher perfeita
Mulher linda
Mulher de curvas feitas
Mulher que fascina assim.
São mulheres
Mulheres meninas
Mulheres de séries
São todas mulheres finas.

Iago Marinho

sábado, 23 de maio de 2009

O CARNAVAL DA CANALHA




Filosofia do Bloco I

(Wanessa Cardoso)

No BC não tem erro não
Não é sigla de banco meu irmão
É o bloco da canalha, o bloco do povão


A canalha vem com tudo
Trazendo diversão
Na folia de momo
Não tem exclusão
Índio, preto, branco, pobre
Todos somos um só
Fazendo do carnaval a festa da congregação


No BC não tem erro não
Não é sigla de banco meu irmão
É o bloco da canalha, o bloco do povão


Vamos juntos, venham todos, vamos lá
Rememorar velhos carnavais
De confetes, serpentinas
Pieros e colombinas
De entrudos e batuques no terreiro
De samba no pé, alegria
A ginga da raça, fantasia
Festa de cores
Encontro, comunhão.


No BC não tem erro não
Não é sigla de banco meu irmão
É o bloco da canalha, o bloco do povão

quinta-feira, 21 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

MARCHINHA DO BLOCO ANO II:

Na crise com a Canalha
(Aninha do Rosário/Osvaldo Santos/Tony Leão)


Vou botar bloco na rua

E pular o carnaval

Não importa se eles dizem
Que a crise é mundial

Nestes tempos de crise
Todo mundo leva porrada
Até mesmo George Bush
Quase leva sapatada

No cafofo do Osama
Vou pular festa de Momo
Vou levar até o Obama
Nesta crise capital

Vou botar bloco na rua
E pular o carnaval
Não importa se eles dizem
Que a crise é mundial

E eu pergunto para o Lula
Se o PAC vai parar?
Por que a situação ta dura
E não dá pra agüentar

Vou botar bloco na rua
Esta é a solução
Pois no Bloco da Canalha
Não tem esculhambação

Vou botar bloco na rua
E pular o carnaval
Não importa se eles dizem
Que a crise é mundial

(Belém, 07/01/2009, às 18h00min)

MARCHINHA DO BLOCO ANO I:

O PAC da Canalha
(Osvaldo Santos e Tony Leão)

Eu apoio, eu apoio sim
Eu apoio e você vai apoiar
Eu apoio esse tal de PAC
Que os “home” diz que veio melhorar

Mas o PAC que eu apoio

Não é o PAC dos “home” não
É PAC da Canalha
È o PAC da subversão

2 x
PAC, PAC, PAC, PAC!
Plano de Aceleração Canalha
PAC, PAC, PAC, PAC
E o carnaval de nossa gentalha

Plano de Aceleração Canalha
Neste plano você não se vai se dar mal
Já que todos os recursos
Serão gastos no carnaval

Plano de Aceleração Canalha
Nosso PAC não é nada mal
Pois no PAC da canalha
CPMF vai toda pro carnaval

2 x
PAC, PAC, PAC, PAC!
Plano de Aceleração Canalha
PAC, PAC, PAC, PAC
E o carnaval de nossa gentalha

FOTOS DO BLOCO DA CANALHA, CARNAVAL 2008:

Que amor! Lamour!! E dos antigos!!


Quanta animação galera!!!


Soninha Solares, maravilhosa!!!!!!!!


Amigos a fantasia ficou ótima!!!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

BLOCO DA CANALHA: A VIL RALÉ QUE COSPE NO CHÃO INVADE O CARNAVAL DE RUA DA CIDADE VELHA

Numa mistura de bom humor e um dose de sátira o “Bloco da Canalha: a vil ralé que cospe no cão” saiu no seu primeiro ano de carnaval pelas ruas do bairro da Cidade Velha em Belém. O cortejo ocorreu no dia 27 de janeiro e levou pra rua um grupo pequeno mais muito alegre de brincantes que caminharam dançando e cantando antigas marchinhas carnavalescas e a marcha oficial do Bloco, que tinha como tema este ano o PAC. O bloco saiu do bar Le Chat Noir, na Avenida 16 de Novembro com Triunvirato por volta das 18 h e se dirigiu para a Praça do Carmo onde ao encontrar outros blocos carnavalescos encerrou seu cortejo. Tudo começou como a maioria dos blocos de carnaval, como uma grande brincadeira. Um grupo de amigos, quase todos ex-estudantes do curso de história da UFPa, resolveu aproveitar os seus constantes encontros boêmios para fundar um bloco carnavalesco. Com um mínimo de organização contrataram uma bandinha, um carro-som, conseguiram apoio para cartazes e panfletos e colocaram o bloco na rua, literalmente. O nome do bloco decorre ainda dos tempos de universidade. Após as aulas o mesmo grupo de amigos costumavam se encontrar nos botecos das proximidades da UFPa, no Guamá. Influenciados pelas aulas de história e discutindo sobre a história do Brasil costumavam brindar “à canalha: a vil ralé que cospe no chão”, uma das denominações que a elite do século XIX usava para se referir preconceituosamente ao povo, assim como outros termos como: “as classes perigosas”, “o populacho”, “a turba”, “o povinho”, etc. De tanto brindarem à ralé, ao povinho, às classes perigosas e principalmente à canalha o grupo acabou ficando conhecido como A Canalha. Daí que, anos mais tarde, o bloco carnavalesco recebeu o nome de "Bloco da Canalha: a vil ralé que cospe no chão". A ironia, a sátira e o bom humor ficaram por conta da marchinha carnavalesca, de autoria de Osvaldo Santos e Tony Leão, que tinha como tema o PAC. Mas não era o mesmo PAC que estamos acostumados a ouvir falar pelos jornais, o Plano de Aceleração do Crescimento do governo federal. O PAC do Bloco da Canalha é, na verdade, o Plano de Aceleração da Canalha, que poderia muito bem ser traduzido como Plano de Aceleração da Ralé, ou do Povinho, ou das Classes Perigosas, ou do Populacho, etc. Neste plano o carnaval, como momento de subversão da ordem se torna a ocasião para a canalha “acelerar o seu crescimento” já que, como diz a letra da marchinha, todos os impostos serão gastos no carnaval: Plano de Aceleração Canalha/ Neste plano você não se vai se dar mal/ Já que todos os recursos/ Serão gastos no carnaval/ Plano de Aceleração Canalha/ Nosso PAC não é nada mal/ Pois no PAC da canalha/ CPMF vai toda pro carnaval/ PAC, PAC, PAC, PAC!/ Plano de Aceleração Canalha/ PAC, PAC, PAC, PAC/ E o carnaval de nossa gentalha... Ano que vem, informam os organizadores, o “Bloco da Canalha: a vil ralé que cospe no chão” sairá novamente no carnaval, com uma bandinha tocando marchinhas antigas e uma nova marchinha oficial, com novo tema a ser ainda escolhida pelos integrantes. E desde já convidam a todos: já que o carnaval é hora de subverter a ordem, hora da farra, hora da turba ir à rua, da balburdia organizada - já que “me organizando posso desorganizar e desorganizando posso me organizar”, como diria Chico Science - momento no qual bulhas, vozerias, batuques, carimbós e sambas são permitidos. É também a hora que a canalha, a vil ralé que cospe no chão, que fica calada o ano todo, dá passagem pra ironia e pro carnaval.


Tony Leão